O que é Economia Criativa?

A economia criativa é construída por empresas em rede e horizontais cujo centro está na valorização da criatividade e inovação.
Jovem empreendedor planejando seu negócio em notebook

O que é Economia Criativa?

A versão mais recorrente é que que conceito Economia Criativa deriva da expressão indústria criativa e cultural, a qual passou a ser usada há 30 anos no mundo das políticas públicas australiana e inglesa em pesquisas que relatavam o aumento de atividades econômicas relacionadas à criatividade e inovação no contexto da sociedade pós-industrial. Em termos muito sintéticos, é isso. Para quem quiser acompanhar um pouco mais dos detalhes dessa história, vamos explicar melhor.

Características da Economia Criativa

As sociedades pós-industriais têm sido crescentemente caracterizadas pela participação da economia criativa em seus processos de desenvolvimento. Assim, em contraste à economia e modelos de negócios de base industrial, começam a surgir empresas horizontalizadas, estruturas de trabalho em redes, valorização do conhecimento e aprendizagem constante num ambiente de tecnologias avançadas que proporcionam condições de criatividade e inovação no desenvolvimento de soluções aos diferentes segmentos da atividade humana. 

Breve História da Economia Criativa

A percepção das mudanças na estrutura econômica e social vem dos anos 1960, mas é a partir da década de 1990 que a economia criativa passou a ser tema de atenção de diferentes governos, que gradual e consistentemente passaram a incorporá-la em suas agendas de ação. Essa terminologia foi usada pela primeira vez no relatório do governo australiano Creative Nation: Commonwealth Cultural Policy, de 1994. O documento enfatizava a importância da cultura para a identidade e economia nacional, trazendo dados econômicos e um planejamento de ações governamentais importantes para o fomento da área.  Em seguida, em 1997, esse tema também entra na agenda do Reino Unido com a publicação do documento Creative Industries: Mapping Document, permanecendo até hoje como uma pauta importante no governo britânico que tornou-se uma referência na gestão de conhecimento e ações de apoio à economia criativa. 

Em 2001, o tema torna-se assunto da Conferência das Nações Unidas, com destaque especial para as creative industries, ou economia criativa, como alternativa para promover o desenvolvimento de países da África, Ásia, América Latina e Caribe, mediante o pleno aproveitamento do seu potencial cultural em termos de desenvolvimento econômico e social. A partir de então, passa-se a dar ênfase ao papel da Economia Criativa em prol do desenvolvimento social e econômico, tanto por haver baixas barreiras de entrada como pela possibilidade de ser produzida por pequenos negócios formais ou informais que não operam pela lógica de escassez de recursos, mas pela abundância de recursos criativos intangíveis das populações. 

Na América Latina e no Caribe, a informalidade do mercado de trabalho na economia criativa e cultural tem dificultado o rastreamento dos seus benefícios sociais e econômicos, enquanto a sociedade e governos dedicam-se esforços para seu desenvolvimento. No Brasil, em âmbito institucional, a economia criativa tem sido tratada como alternativa aos ciclos de baixo crescimento econômico, desemprego, exclusão social, degradação urbana e da qualidade de vida. Em 2011, foi criada a Secretaria da Economia como uma agência do Ministério da Cultura com o objetivo de coordenar esforços de pesquisa e na implementação de políticas públicas organizadas em torno do conceito de economia criativa. Na ocasião, foi publicado o Plano de Gestão da Economia Criativa com um rol extenso de ações e setores e teve como orientação básica a transversalidade na implementação das políticas e a interdependência entre setor público, setor privado e sociedade civil. 

Economia Criativa, Hoje

Recentemente, o campo da Economia Criativa introduziu novas dinâmicas. A primeira é que, além do reconhecimento da importância do setor na economia e como estratégia para o desenvolvimento econômico e social, passa também a ser associada à sustentabilidade, expandido sua interface com setores preocupados com a questão ambiental, a liberdade, o bem-estar e a justiça social. Outro aspecto importante é que, apesar de continuar sendo assunto de ministérios e governos, redes, sociedade civil e empresas tornam-se cada vez mais protagonistas em sua articulação e fomento. Assim, a Economia Criativa tem sido produzida e pensada como uma rede complexa local e global, que atua de modo transversal e intersetorial. É nesse contexto que a Concreative se insere e pretende atuar, como um ator que possa contribuir com seu desenvolvimento, em especial, com os pequenos negócios que precisam de apoio para estruturar sua gestão.

Com esse artigo, trouxemos um panorama geral sobre o surgimento do conceito de Economia Criativa vinculado às compreensões das transformações na economia pós-industrial e o reconhecimento de setores emergentes nesse novo cenário. Mas esse é só o começo dessa história, pois iremos falar das diferentes conceituações, das características dessa economia, seus segmentos, números, seu impacto social, dos desafios da formalização e soluções para a gestão de negócios criativos.

IPEA, 2019.

https://creativeconomy.britishcouncil.org/guide/what-creative-economy/.

http://celacc.eca.usp.br/sites/default/files/media/tcc/254-780-1-PB.pdf.

https://publications.iadb.org/publications/portuguese/document/Paisagens-futuras-da-economia-laranja-Caminhos-criativos-para-melhorar-vidas-na-Am%C3%A9rica-Latina-e-no-Caribe.pdf).

IPEA, 2019.

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